Washington Luiz Araújo, jornalista – 

Toda hora é hora; portanto, está na hora, minha gente, de participarmos mais, de debatermos mais, de irmos mais para as ruas denunciar o golpe parlamentar-jurídico-midiático, as injustiças que o antecederam e as que a ele se seguiram.

Pelas redes sociais, bem-intencionados internautas de esquerda bradam o “Cadê”, abrindo suas palavras de ordem. “Cadê a CUT?”, “Cadê o MST?”, “Cadê o PT?”, “Cadê o Povo sem Medo?”, “Cadê os movimentos sociais?”, “Cadê a Frente Brasil Popular?” Pois é, acrescento a estas uma pergunta minha: “Cadê nós?”

Está certo, temos que exigir que dirigentes tirem suas bundas das confortáveis cadeiras e se afastem do ar condicionado. O senso comum diz que eles não saem de lá. Será? Não estou aqui para defendê-los, mas é preciso dizer que não devemos reclamar do trânsito quando estamos entre aqueles que colocam  o carro na rua e contribuimos para a balbúrdia.

A esquerda somos nós. Vamos cobrar, mas vamos fazer acontecer também.

Em 10 de novembro último aconteceu o lançamento da campanha “’Um Brasil Justo pra Todos e pra Lula”, em São Paulo (aqui o link para você assinar o manifesto https://bemblogado.com.br/site/brasil-justo-pra-todos/).

A campanha “’Brasil Justo” tomará conta do país, desde que participemos dela com força e fé. Vamos assinar e vamos participar dos comitês que serão criados em defesa da justiça plena.

Em sua fala contundente e emocionada, Lula “chamou para a briga” aqueles que o perseguem pela Lava Jato e pela mídia e aqueles que traíram o povo brasileiro com o golpe. A cada frase do Lula, eu ficava pensando: “Xiiiii, vão persegui-lo mais ainda!” (https://bemblogado.com.br/site/lula-me-sentiria-confortavel-acusando-o-grupo-tarefa-da-lava-jato-que-esta-mentindo-a-sociedade-brasileira/).

Entre muitas colocações, verdadeiros socos no fígado, Lula disse que quem deve ser acusada é a força tarefa da Lava Jato, que comete injustiças, e que a Rede Globo é que tem que provar ser inocente. Rede Globo que o acusa tanto.

Lula lembrou que foram apresentadas 13 horas de matérias negativas contra ele, em cinco meses, no “Jornal Nacional”. Quase um mês de novela. E isso não deixa de ser novela, mas as ficções globais de Benedito Rui Barbosa, Aguinaldo Silva e outros roteiristas são mais reais do que a ladainha apresentada contra Lula, os partidos de esquerda e os movimentos sociais.  Quem quiser que assista. Não é o meu caso.

Na plateia lotada da Casa de Portugal, durante o lançamento da campanha Brasil Justo, senti que não vamos deixar Lula ser perseguido sozinho. O filósofo francês Lamartine deixou escrito “sou da cor de todos aqueles que são perseguidos”. E não é só Lula que está sendo implacavelmente perseguido. Ele é o troféu maior. É a cabeça dele que querem apresentar fincada num pau, mas estão fazendo isso há muito com jovens negros, com pobres, com prostitutas, com homossexuais, com mulheres…

Outro papo dentro do mesmo assunto: a ativista política Edva Aguilar não se conforma com o golpe imposto a Dilma, assim como nós. Mas, diferentemente da maioria, Edva e tantos outros têm ido à luta, cobrando do STF a “Impugnação do Impeachment Já”.

Sim, pessoal, ainda dá tempo. A fantasmagórica Carmen Lúcia, presidente (ela não quer ser chamada de presidenta, então eu respeito) do STF já afirmou que o caso está sub judice.  Vamos engrossar a lista do abaixo-assinado criado por Edva Aguilar e por outras bravas guerreiras e bravos guerreiros.

Vamos nos manifestar na porta do STF, lembrando aos juízes de que eles têm um entre milhares de casos sub judice, mas que este é o mais importante (aqui o link para você assinar https://docs.google.com/forms/d/1sw2LsJv-BlfLAH1BCxqXILRi2mlN9ZQZQWkm7I8KSGg/viewform?edit_requested=true).

São dois belos exemplos de que podemos ir à luta, além de cobrar nossos dirigentes de partidos, centrais sindicais e movimentos sociais.

O genial publicitário e fundador do PT, o eterno Carlito Maia, afirmou: “Neste mundo, não precisamos de muitas coisas, só precisamos de nós mesmos”. Portanto, vamos à luta, assinando manifestos como estes, indo às ruas, ocupando escolas e instituições públicas, cobrando justiça plena para todos. Só assim saberemos onde estamos e onde estão nossos líderes.