Por dentro das siglas da comunidade LGBT+ e seus significados

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Por Daiana Paes e Eduardo Pepe, compartilhado de Projeto Colabora – 

Muita gente ainda tem dúvida sobre termos que vêm ganhando popularidade na mídia. Afinal, o que é ser cisgênero, pansexual e queer, por exemplo? A gente explica

Não é vergonha nenhuma se você ainda não tem na ponta da língua os significados de alguns termos da comunidade LGBT+ que vêm ganhando visibilidade tanto na mídia quanto nas rodas de conversa do dia a dia. Só para ter uma ideia, no Tinder, um dos maiores aplicativos de encontros amorosos do mundo, já é possível cadastrar 37 identidades de gêneros. No Facebook, são 56. Entender todas essas novas possibilidades e formas de identificações não é mesmo tarefa fácil. Pensando nisso, a gente separou alguns dos termos e siglas LGBT+ comuns para você não ficar por fora dos avanços que estão ocorrendo em todo mundo. Vamos lá?




GLS: gays, lésbicas e simpatizantes

É um termo mercadológico. O termo GLS foi criado em 1994 por Suzy Capó, jornalista, ativista e empresária, durante os preparativos do Mix Brasil, festival de cinema especializado na temática LGBT para designar o público-alvo do evento. O termo teve fácil aceitação do público do festival e se popularizou.

GLBT: gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros

Na cola da popularização do termo GLS, se usou durante anos o termo GLBT no Brasil.

LGBT: lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros

A mudança de GLBT para LGBT veio para se alinhar ao padrão mundial e atender a uma demanda dos movimentos de mulheres lésbicas.

LGBTQ: lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros, queer

Queer é um termo guarda-chuva que não tem definição exata, mas envolve uma pessoa de identidade sexual fluida. No que ficou conhecido como Teoria Queer se questiona as noções de uma essência masculina, de uma essência feminina e de uma essência do desejo. Nesse sentido, os conceitos de sexualidade e gênero não reproduzem de fato uma essência do todo, das pessoas, mas, sim, respondem uma relação de mediação cultural dos marcadores biológicos. O termo ganha repercussão, sobretudo, nos anos 90 com a publicação do livro “Problema de gênero (“Gender trouble), da filósofa americana Judith Butler.

LGBTI: lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros e intersexuais

Intersexo se refere a pessoas com variações corporais naturais relacionadas ao desenvolvimento do sexo. São corpos que não correspondem ao padrão tipicamente aceito de homem ou mulher. Pessoas intersexos podem ser de qualquer gênero e ter qualquer sexualidade.

LGBT+: lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros etc

O “+” entra com a intenção de englobar todas as outras identidades de gênero e sexualidades diferentes da heteronormatividade cisgênero que não estejam na sigla. Ou seja, qualquer sexualidade e identidade que não esteja na sigla e também não seja o padrão da sociedade.

Siglas e termos LGBT+: Tereza, cisgênero, e Ana, transgênero
Tereza e Ana são casadas há 40 anos. A primeira é cisgênero e a segunda, transgênero (Foto: Pedro Vianna)

Mais: Tereza e Ana, LGBT+ 60 e amor além do gênero

Os três T: transgênero, transexual e travesti

Transgênero é um termo guarda-chuva que vale para travestis e transexuais.

Transexual é um termo surgido em 1990 que teve origem médica para explicar o inconformismo entre corpo biológico e a identidade de gênero. Atualmente, define uma identidade transexual, que não está ligada à genitália e/ou a cirurgias de redesignação sexual e, sim, a uma questão identitária de se identificar como mulher ou homem transexual.

Travesti é um termo que remonta da década de 1980 e vem das próprias travestis. As travestis deram origem ao movimento trans organizado com a fundação da primeira instituição trans do Brasil chamada ASTRAL. Travesti também é uma identidade, mas, sobretudo, está ligado a uma forma de resistência política e social. Algumas travestis não se identificam como mulheres, mas apenas como travestis. Entretanto, em todos os casos, elas devem ser tratadas no gênero feminino devido a sua identidade de gênero ser feminina.

Cisgênero

É o termo usado para definir as pessoas cuja identidade de gênero corresponde ao sexo que lhes foi atribuído no nascimento.

Sam Smith, premiado cantor e compositor britânico, revelou não ser homem nem mulher. Ele se enquadra no gênero não-binário (Foto: Reprodução/Facebook)

Não-binário e gênero fluido

Não-binário é um dos muitos termos usados para descrever pessoas cuja identidade de gênero não é nem inteiramente masculina nem inteiramente feminina. Os indivíduos que são não-binários podem usar outros termos também como o agênero, queer, ou genderqueer.

O gênero fluido é uma identidade de gênero não-binária que se configura pela identificação com os gêneros de maneira inconstante. A pessoa flutua entre o ser homem ou mulher.

LGBTQIA: lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros, queer, intersexuais e agêneros ou assexuais

O “A” pode se referir tanto a agêneros quanto a assexuais. Agêneros não se identificam com nenhum gênero. Assexuais não sentem vontade de praticar sexo e isso não lhes causa qualquer incômodo

LGBTQQIAAACPPF2K+: lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros, queer, questionando-se, intersexuais, agêneros, simpatizantes, curiosos, pansexuais, polissexuais, familiares, “dois-espíritos”, kink

Essa sigla ganhou a internet no início de 2018 quando o site The Gay UK, uma das mídias voltadas para o público gay mais populares no Reino Unido, publicou um artigo comentando que ativistas do país estariam reivindicando que a sigla mudasse para LGBTQQICAPF2K+. A publicação gerou grande repercussão e ganhou comentários dos mais variados na internet, desde geração de memes fazendo piada até críticas severas. A sigla não chegou a ser adotada por nenhum movimento ou organização relevante, mas serviu para jogar luz sobre a discussão das nomenclaturas.

Questionando-se: serviria para toda e qualquer pessoa que questione sua sexualidade e identidade de gênero por ainda está se descobrindo.

Curiosos: pessoas que têm uma sexualidade definida, mas demonstram interesse em experimentar. Em geral, é usada para alguém que se considera heterossexual, mas mostra interesse em experimentar atividade sexual com alguém do mesmo sexo.

Miley Cyrus é pansexual assumida desde 2015 (Foto: Reprodução/Facebook)

Pansexuais: caracterizada pela atração sexual ou amorosa entre pessoas, independentemente de sexualidade ou identidade de gênero. Nesse conceito existiriam mais de dois gêneros, portanto, é mais que “bi” (dois), é “pan” (tudo, todos).

Polissexuais: é uma orientação sexual em que a pessoa sente atração por vários sexos ou gêneros, mas não todos. É diferente do bissexual que sente atração por homens e mulheres e do pansexual que sente atração por todos os gêneros e sexos.

Familiares: não é de forma alguma ter envolvimento sexual com membros da família. É, na realidade, uma forma de incluir na causa/luta os familiares próximos de um LGBT+.

Dois-espíritos: o termo vem da tradição de nativos americanos que desempenham um papel de gênero misto, ou seja, adotam comportamentos culturais e sociais que estão associados a ambos os gêneros. Tradicionalmente os papéis de gênero nas tribos se diferenciam em coisas como roupas e tipos de trabalhos. Num sentido mais amplo e geral, seria quem abraça igualmente o masculino e o feminino dentro de si.

 

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