Revistas francesas alertam para “fascismo judeu” que ameaça Gaza e Oriente Médio

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As revistas francesas que chegaram às bancas nesta semana se concentram na guerra entre Israel e o grupo Hamas na Faixa de Gaza. Duas publicações tratam dos perigos que representa a extrema direita israelense ao Oriente Médio.

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na foto: O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, participa de uma reunião semanal  com o primeiro-ministro em Jerusalém, 8 de janeiro de 2023 [Ronen Zvulun/Reuters]
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, durante pronunciamento em 31 de dezembro de 2023. © Abir Sultan / AP

“A ameaça ultranacionalista” é o título de uma matéria da revista L’Obs, que aborda os líderes, as mídias e os grupos que difundem em Israel “ideias cada vez mais extremistas”. Para a semanal, essa “expansão prejudica, de um lado, o futuro da democracia israelense, e de outro o destino de Gaza”.

Essa agenda é tamanha que membros do alto escalão do governo israelense não escondem mais seu objetivo, diz a L’Obs . No início deste mês, o ministro da Economia e um dos líderes da extrema direita de Israel, Bezalel Smotrich, falou abertamente à rádio do exército do país de uma ação “estrategicamente correta” na Faixa de Gaza para incitar a fuga dos habitantes do enclave.

A matéria afirma que os extremistas de direita ocupam um espaço cada vez maior no panorama político-midiático israelense, a ponto de sociólogos do país estarem denunciando um “fascimo judeu”. Esse tipo de populismo, que segundo fontes entrevistadas pela L’Obs, “ameaça até mesmo a existência de Israel”.

Pecados de Netanyahu

Mesmo tom da parte da revista L’Express, que publica uma matéria intitulada: “Os sete pecados de Netanyahu”. Segundo a publicação, com o objetivo de sobreviver politicamente por meio também da recusa de paz com o povo palestino, o premiê deixa seu país e toda a região à beira de um abismo.

Em sete pontos, a L’Express explica os erros de Netanyahu ao longo de sua carreira política, desde que despontou como “a estrela da direita israelense”, nos meados dos anos 1990. Entre as falhas apontadas pela semanal, estão a vontade do premiê de se manter no poder a qualquer preço, sua permissibilidade diante das atrocidades no enclave, “a normalização do horror” pela franja extremista de seu governo e sua falta de estratégia em uma guerra que corre o risco de não ter fim.

Novas barbáries humanas

A revista Le Point traz em sua capa a manchete “Os Sobreviventes”, com perfis e testemunhos de francesas e franceses que foram deportados a campos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. Os relatos de judeus e judias quase centenários mostram a volta às suas vidas de sentimento de medo e tensão constante com o ataque perpetrado pelo Hamas em 7 de outubro de 2023.

Le Point também entrevistou a escritora húngaro-italiana Edith Bruck, deportada em 1944 a Auschwitz, aos 13 anos. Segundo ela, mais de 80 anos depois do Holocausto, o mundo é palco de novas tragédias, e a perpetuação de barbáries humanas é uma prova de “que não aprendemos nada com o passado”.

Publicado originalmente na RFI

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