Excelente documentário mostra a arquitetura proibida de Artacho Jurado 

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Assista aqui belo documentário dirigido pelo amigo do blog, Ricardo Moreira. Passeie pela arquitetura despojada e arrojada ao mesmo tempo de um arquiteto sem diploma, mas com muita personalidade e criatividade.

Conheça um pouco aqui sobre Artacho Jurado e a arquitetura de seu tempo.

https://youtu.be/SdoAAZdHetM




Nos meados do século XX a modernidade chega ao Brasil em meio a um surto de urbanização acelerada e intensa atividade de construção e consumo. Uma identidade nacional começa a se esboçar através da arquitetura.

O Modernismo e seus ícones, Niemeyer, Affonso Reidy, Artigas, rapidamente tornam-se a escola e a estética “oficial” do momento.

Nesse cenário surge João Artacho Jurado, filho de imigrantes anarquistas que apesar de ter apenas o curso primário incompleto inventa um novo estilo de morar e viver na cidade com seus polêmicos edifícios.

logo documentario moreiraSuas obras contrariavam os preceitos da onda moderna vigente e mesmo assim atingiram em cheio o imaginário da classe média paulistana ascendente, conseguindo grande sucesso comercial além do reconhecimento por parte da crítica não especializada. O êxito de Jurado causou a indignação e a ira dos arquitetos contemporâneos. A patrulha arquitetônica moderna disparou sobre ele uma série de acusações nos jornais e revistas que desencadearam a perseguição dos órgãos oficiais de arquitetura sobre seus projetos.

Jurado nunca conseguiu ser considerado arquiteto por seus pares, sem diploma, nunca pôde assinar os projetos que criou e morreu longe de todo glamour que o cercou mas sua arquitetura, nada ortodoxa, persiste até hoje e atualmente é cultuada, fazendo de seu autor, uma espécie de cidadão Kane piratininga, um dos personagens mais controversos e polêmicos da arquitetura paulista e brasileira.

A arquitetura brasileira desenvolveu a maior parte de sua história sob a inspiração européia. Só a partir da segunda década do século XX uma identidade nacional começa a se esboçar através da escola modernista que, apesar de inspiração estrangeira, consolida um senso de brasilidade genuína e uma identidade singular para a arquitetura brasileira.

Caracterizados por um forte discurso social e estético, os projetos modernistas se pautavam pelo racionalismo, pela assimetria, pelas linhas simples e geométricas, pela economia decorativa e por uma íntima integração entre forma e função. Privilegiando materiais como o concreto, o aço e o vidro, o Modernismo produziu exemplares notáveis nas cidades brasileiras, principalmente no eixo Rio – São Paulo.

Deve-se observar também que o Estado teve papel fundamental no processo de afirmação da Arquitetura Moderna Brasileira, patrocinando obras que buscavam ser símbolo de modernidade e progresso em uma época de contradições e ambigüidades políticas.

A modernidade chega ao Brasil e atravessa o período de Vargas a Kubistchek, do rádio à televisão, do surto de urbanização acelerada e de intensa atividade de construção e consumo.

Niemeyer trabalha nos edifícios de Brasília, Affonso Reidy desenha o MAM, Artigas projeta a FAUUSP e rapidamente o modernismo e seus dogmas são adotados como a estética “oficial”.

Nesse cenário surge João Artacho Jurado, paulistano, filho de imigrantes espanhóis, com o curso primário incompleto, um autodidata, sem qualquer conhecimento teórico de estética, que planejou e ergueu edifícios que contrariaram os preceitos da escola moderna de arquitetura causando a indignação e a ira dos arquitetos contemporâneos, defensores do rigor e da sobriedade do movimento vigente.

Sua arquitetura quase cenográfica, na qual signos e imagens não eram vistos por ele como poluentes (como os via o projeto moderno), mas como parte importante da imagem da cidade, atingiu em cheio o imaginário de uma classe média ascendente e obteve grande sucesso comercial além do reconhecimento por parte da crítica não especializada.

Suas obras foram inovadoras não só na miscelânea de estilos e no exagero decorativo, mas também nas proporções dos apartamentos e nas áreas comuns dos condomínios que, combinadas a uma genial e inovadora estratégia de marketing promocional, inventaram um novo estilo de morar e viver na cidade.

Sua obra nada ortodoxa e dirigida diretamente ao mercado persiste até hoje e, se um dia foi desprezada por alguns, atualmente é cultuada por outros, fazendo de seu autor um dos personagens mais controversos e polêmicos da arquitetura paulista e brasileira.

Hoje, a insistência em não reconhecer a obra de Jurado rivaliza com a idéia de alguns de colocá-lo no pedestal de precursor do pós-modernismo paulistano.

Acusado de “mau gosto” por seus detratores (devido à influência nos seus projetos do glamour Hollywoodiano e da abundância cromática dos seus acabamentos e ornamentos), de “marqueteiro” (pelas campanhas publicitárias que embalavam seus empreendimentos), ou ainda de importar ou canibalizar idéias estrangeiras, Jurado nunca foi considerado arquiteto por seus pares. Sem diploma, não pôde assinar os projetos que criou.

Por outro lado, virou referência em outras áreas. Publicitários, fotógrafos, arquitetos, estilistas e cineastas, que incorporaram em seus trabalhos a atmosfera lúdica e os cenários criados pelas obras de Jurado, respondem que as críticas sofridas por ele são fruto de perseguições ideológicas, pelo fato de seus projetos não possuírem o caráter social da habitação popular produzida em série que o modernismo preconizava e argumentam que o prestígio da maioria dos arquitetos modernos sempre foi muito superior ao de quem construía residências ou prédios de escritórios, pois trabalhavam para o Estado, em grandes obras públicas com grandes orçamentos.

Mesmo a arquitetura modernista de Niemeyer, exemplo quase unânime de brasilidade, sempre teve forte sotaque estrangeiro.

Além disso, o modernismo, na sua rigidez formal, esqueceu de seus usuários, ao contrário dos edifícios projetados por Jurado. Isso, no entanto, nunca percebido pela patrulha arquitetônica moderna.

Considerando que, mesmo sendo protagonista dessa grande polêmica, Jurado continua ignorado pela academia, sua obra necessita ser resgatada e sua trajetória recontada buscando o equilíbrio entre as visões fervorosas e as reticentes sobre seu trabalho no intuito de diminuir os preconceitos sobre eles, contextualizando-os devidamente na linha do tempo e da história com o devido mérito.

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