Eu estou falando de Buenos Aires, num domingo, o dia seguinte ao ato na Praça de Maio pedindo a liberdade do Lula. Um domingo de sol, faz frio, o sol esbranquiçado ilumina, mas não aquece.

E por falar em Lula e por falar em Buenos Aires eu quero registrar o seguinte: eu fico extremamente impressionado com a repercussão mundo afora da situação do Lula.

Aqui, por exemplo, jornais, emissoras de rádio, canais de televisão mais digamos numa veia global, ou seja, bastante reacionária, dão destaque a situação de Lula. E todos dizem mais ou menos a mesma coisa, uns mais outros menos: não há prova alguma de que Lula cometeu os crimes dos quais ele é acusado.

E a grande pergunta aqui é o seguinte: o que vão ser das eleições sem Lula? Porque não há candidato. O golpe não tem candidato.

Dia desses conversando com um amigo, eu tratei de resumir a situação brasileira na seguinte metáfora: roubaram um Mercedes Benz zero quilômetros, eles roubaram o carro zero, saíram pela estrada felizes da vida, aí furou um pneu.

E o que aconteceu? Não tem estepe.

Os golpistas não sabem o que fazer com o Mercedes Benz que eles roubaram.

É impactante, eu não tenho outra palavra, a repercussão da situação do Lula no mundo inteiro, inclusive aqui.

E o Brasil faz o que? Admite isso.