Governo Bolsonaro: fascistas, milicianos e trambiqueiros

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Por Carlos Eduardo Alves, jornalista, Bem Blogado – 

A anedótica, por um lado, e vergonhosa, por outro lado, nomeação, acompanhada de demissão-relâmpago, de Carlos Alberto Decotelli do Ministério da Educação trouxe à luz mais um ramo da organização criminosa que foi eleita para governar o Brasil.

Normalmente, nos fixamos nos vínculos da gangue com a extrema-direita e com o crime organizado do Rio de Janeiro e nos esquecemos que a turma é chegada ao 171 puro e simples. Sim, com Bolsonaro chegaram ao Poder as velhas práticas da picaretagem e do uso do dinheiro público para fins familiares.




No processo de demência coletiva que tomou conta de parte relevante do País, poucos se lembram de dados assombrosos da família Bolsonaro.

Durante os 30 anos em que o clã ocupa cargos públicos, mais de uma centena de familiares e agregados foram nomeados nos gabinetes de Jair e seus três filhos. Sim, o levantamento foi feito há algum tempo pelo jornal O Globo.

Pode ser, por isso, que já esteja superado e, quem sabe, a brincadeira já chegou à segunda centena. Detalhe: a maioria dos familiares que receberam salário  do dinheiro de impostos dos cidadãos simplesmente não aparecia para trabalhar, ou seja, a turma engrossava a linha dos funcionários-fantasmas. Muitos residiam há centenas de quilômetros dos locais em que estavam lotados.

Em outra conta, são dezenas de familiares de milicianos que sempre tiveram contracheques garantidos pelo clã, também em sua maioria funcionários-fantasmas.

É esse o homem que cinicamente fez do “combate à corrupção” o lema para enganar os brasileiros. Fabricio Queiroz, mulher e filha são apenas a ponta de um iceberg de trambiques e rachadinhas da família presidencial. Adriano da Nóbrega, o chefe do escritório do Crime executado na Bahia em operação até hoje nebulosa, é um dos que encontraram abrigo nos gabinetes de Jair Bolsonaro graças ao dinheiro público.

Tal chefe, tais subordinados. Decotelli é apenas um dos fraudadores de currículo do governo federal. Ricardo Salles, o playboy encarregado de passar a boiada para destruir o Meio Ambiente, já foi flagrado divulgando passagem inexistente por Yale, a conceituada Universidade norte-americana. Não precisou, no entanto, passar por lá para se transformar no ídolo de madeireiros ilegais e de fazendeiros e garimpeiros que assaltam as terras e dizimam povos indígenas.

E, para não se estender muito, o que dizer da inacreditável ministra Damares Alves, que também propagava título de mestra. Flagrada na mentira, não corou, empunhou a Bíblia, orou um pouco e explicou que era mestra no saber religioso…

É esse lixo que prega combate à corrupção e extrema religiosidade quando é fundamentalmente picareta e imoral. Se fosse feito um pente fino em todo primeiro escalão do governo Bolsonaro, talvez Decotelli fosse portador de um dos menores ilícitos da turma.

Sua picaretagem foi acadêmica apenas, pelo menos pelo que se sabe até agora. Um Salles, por exemplo, já carrega até uma condenação por improbidade administrativa. Mas essa hipotética averiguação não poderia ser feita pelos órgãos de inteligência, dirigidos por alguns dos cerca de 3 mil militares que ocupam cargos de civis, a começar pela turma de muares fardados que atrapalha o combate ao Covid-19 desde o Ministério da Saúde.

É isso e é essa turma que devemos combater. Temos o fascista na Presidência, Paulo Guedes liderando a política econômica de genocídio social, milicos burros na Saúde e muitas deficiências definitivas na administração federal.

Mas não podemos esquecer que a gangue abarca também trambiqueiros na vida pessoal. Sabe aquele pilantra que é evitado até nas rodas dos piores botecos? Pois é. Alguns deles são chamados de ministros e têm orçamentos milionários nas mãos. Óbvio que isso não acabaria bem.

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